25 de jan. de 2011

do sangue e das alianças,



Ela sentira o toque pesado do homem sobre seus ombros. De repente, sentia a boca tocar-lhe de leve o pescoço. Respirava fundo para não sair correndo.
O garoto era jovem e não perdia tempo. Encostava-se em seu tronco, tomando-lhe nos braços com carícias.

Precisava ser forte. Leonardo estava doente. Os remédios eram caros e ninguém, além de Kate, poderia pagá-los. Era um sacríficio pelo amor. Um sacrifício por ele.
Fechou os olhos devagar. Apertou-os forte e tentou conter a lágrima que acabara por escorrer pelo rosto, caindo no lençol vermelho.
O zíper longo de seu vestido branco rangia ao abrir. 
Viu-se despida ali. Viu-se na igreja com Leonardo. E de volta ali.
O garoto, cujo desejo era apenas satisfazer-se rapidamente, apressava-se com as calças.
Então Kate olhou para o relógio branco da parede. E olhou para seu reflexo no espelho.
Fechou os olhos mais uma vez. E se entregou.

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