31 de jan. de 2011

De um dia só meu,


O dia estava escuro como se fosse noite. As nuvens moviam-se rápido, desenhando e misturando todas as formas no céu.

E lá estava você. Sorrindo.
Seus olhos fitavam as flores amarelas do campo. Seus lábios mexiam-se seguidamente, encolhendo o nariz, como um pequeno coelho.
Então você me viu. Disse ''olá''.
Foi como um furacão. Uma intensa massa de sentimentos confusos dentro de mim.
"Ah, garota, como você mexe comigo", eu quis dizer. Mas tudo que conseguia foi sorrir e dizer "olá".

"Você sabe como seus olhos brilham quando sorri? Você sabe como fica linda quando se distrai por aí?", eu pensei.
E ela parecia não perceber nada.
Continuou ali observando o mundo. E eu continuei observando ela.

na espera,


- Vou embora. Pra sempre.

E foi. Enquanto ela esperava o passado voltar a ser presente. Desejava-o de volta.
Seus passos pareciam não ser apagados da areia, nem mesmo pelo vento. Querendo ou não, ele permanecia ali.
Desejou, chorou, rezou, fez promessas ao céu. Mas ele não voltou.
Nunca mais.

30 de jan. de 2011

Da esperança de amor,

Ela sorriu amargamente. Sentia um profundo ódio dentro de si. Seus olhos reviravam-se por sobre a cabeceira da cama, procurando a foto colada com fita na parede.
Perambulava com seu indicador sobre o corpo esbelto da garota. Era uma foto antiga. Era uma foto sua.
O marido, que dormia ao seu lado, parecia estar em transe. Remexia-se e conversava durante o sono.
Fazia muito tempo que não a desejava. E ela sabia disso. Ambos sabiam.
Foi então que ela pensara na vida lá fora. E pensara de novo. Por muito tempo.
Deitada na cama, ao som das bufadas abafadas do marido, fitando o teto branco do quarto, ela pensou no divórcio. Viu-se saindo dali e alugando um pequeno apartamento no centro.
Viu-se fazendo caminhadas diárias pela manhã, e cruzando por muitas mulheres com cachorros e alguns homens suados. Pensou em ter um cãozinho. Pensou em ter até mesmo um mp3 para ouvir as músicas que gostava.
Viu-se conhecendo pessoas novas e fazendo novas amizades. Recomeçando a vida que perdera com o marido.
Sentiu uma satisfação. Uma felicidade que não sentira por anos. Era um sabor delicioso, que havia esquecido. O sabor da vida.
Então, em meio aos pensamentos, ouvira os passos pesados do homem que a levara para os dias amargos e cansativos.
Levantara e fora fazer o café. Não havia tempo para pensar. O tempo dos sonhos só voltaria na próxima noite, enquanto tentaria dormir, com o ronco do marido em seus ouvidos.

25 de jan. de 2011

em exato, uma de mim,


custo a acreditar,
mas dentro de mim,
há grandes mulheres.
outras, nem tanto.
algumas, em desconhecido.
e uma, em grandiosa essência.
pensamentos do País das Maravilhas

das questões,



não busco respostas para as minhas perguntas.
busco perguntas que custem a encontrar respostas.
pensamentos de um desejo

das impossibilidades,



E se os homens nascessem já crescidos? Se o arrependimento viesse antes do erro? Se a lágrima viesse antes da tragédia? Se o amor viesse antes do sexo?
E se começassemos pela morte?
Seríamos mais fortes?
pensamentos de 60 anos.

das belas asas,


Olhar-se no espelho era uma tarefa díficil.
Não por medo do que se via. Mas pela dor de não sentir nada. Nem mesmo medo.
Uma borboleta, ao sair do casulo, esquece de seus dias de lagarta?
Se a essência permanece. Não deveria também, em absoluto, permanecer a certeza sobre si mesmo?
pensamentos da metamorfose

da minha humanidade,

E a cada segundo em que abria os olhos para verificar minha existência, eu podia sentir o mundo mais perto de mim.
Acordar, mesmo sem ter sonhado, era tão mais humano do que ser levemente carregada.

do sangue e das alianças,



Ela sentira o toque pesado do homem sobre seus ombros. De repente, sentia a boca tocar-lhe de leve o pescoço. Respirava fundo para não sair correndo.
O garoto era jovem e não perdia tempo. Encostava-se em seu tronco, tomando-lhe nos braços com carícias.

Precisava ser forte. Leonardo estava doente. Os remédios eram caros e ninguém, além de Kate, poderia pagá-los. Era um sacríficio pelo amor. Um sacrifício por ele.
Fechou os olhos devagar. Apertou-os forte e tentou conter a lágrima que acabara por escorrer pelo rosto, caindo no lençol vermelho.
O zíper longo de seu vestido branco rangia ao abrir. 
Viu-se despida ali. Viu-se na igreja com Leonardo. E de volta ali.
O garoto, cujo desejo era apenas satisfazer-se rapidamente, apressava-se com as calças.
Então Kate olhou para o relógio branco da parede. E olhou para seu reflexo no espelho.
Fechou os olhos mais uma vez. E se entregou.

24 de jan. de 2011

Adorável Joe - parte 3 (final)

- Você falou com o peso de porta? – disse Carl, rindo sem parar.
- Foi a pior noite da minha vida. Não preguei o olho nem por um segundo ontem...
- É cara, você tá mal hein?!
- Será que eu vou ver ela de novo?
Esperava que sim. Precisava de mais uma dose daquela droga.- Ela vai tá lá hoje, cara. Relaxa!
Exatamente. Nenhuma mulher resistia aos encantos de Joe. Ela voltaria lá às seis e meia. E então eles passariam a noite em seu apartamento.- Vou almoçar. Tchau Carl.
Ele almoçara pensando nela. Lera o jornal, vira televisão, caminhara, tomara café, fora até o parque pensando nela. Tudo que fazia lembrava aquele sorriso.
Finalmente eram seis e vinte e oito. Atravessou a rua devagar e foi caminhando em direção a loja.
Seis e meia. O comercial fora transmitido. E ela não estava lá.
Joe havia falhado.
- Ela pode ter sofrido um acidente, pode ter morrido, pode ter amnésia...
- Me sinto muito melhor agora Carl...
Havia algo dentro de Joe que o fazia acreditar em um reencontro.- Quero um café médio. Bem forte, por favor.
Era um homem. Alto, magro. Malhado.
O tipo de cara por quem as mulheres morreriam.
Pela primeira vez na vida, olhando para aquele homem debruçado no balcão, Joe pensou em sua aparência.
Talvez ele não fosse belo o suficiente para ela...
- Amor, você vai querer café também? – disse o cara, voltando-se para trás.
- Café? Não, obrigada querido.
Nos exatos dez segundos em que Joe ouviu o homem debruçado no balcão e virou-se para observar quem era sua companheira, naqueles exatos dez segundos Joe ainda era feliz.- Café me deixa um pouco alegre... Não quero ficar alegre hoje, estou chateada. – disse ela fazendo expressão de chateada, e logo em seguida, abrindo um sorriso.
O sorriso da garota com quem Joe compartilhara os melhores minutos de sua vida. Desta vez, não era alucinação. Era mesmo ela.
- Você por aqui... –disse o nosso garoto, com as bochechas rosadas de vergonha.
- Como?! – perguntou ela, sem entender.
Já havia esquecido.- Nada. Desculpe, confundi você com outra pessoa...
- Tudo bem, sem problemas.
Joe estava triste. Triste e zangado.
Mas quando a bela garota sorriu, tudo parecia ter sido perdoado instantaneamente.
- Dominique, vamos embora...- disse o homem que a acompanhava.
Joe não podia parar de olhá-la. Seus olhos apertavam-se, e brilhavam. Como os olhos de uma pequena criança que observa um brinquedo novo na loja.
Ela percebera isso.
- Tchau... – disse ela sorrindo.
Até mais, pensou Joe.- O amor é um sentimento utópico. Quando uma mulher conhece um homem, ela espera que ele pense nela antes de dormir e ao acordar ligue só para lhe dar bom dia.
Quando um homem conhece uma mulher, ele espera que tudo aquilo que está vendo não seja um truque feminino para disfarçar as gorduras.
Quando eu conheço uma mulher, eu espero simplesmente que ela seja a Dominique.
Naquele momento Joe aprendeu duas coisas; a primeira: não podia esquecer o sorriso de Dominique; a segunda: estava perdidamente apaixonado por ela.
Eles não voltaram a se encontrar. Ela não lembrou dele nem por um dia de sua vida.
Ele continuou a assistir o mesmo comercial na loja.
Joe sabia que nunca conseguiria esquecê-la. Mas ele nunca deixou de tentar...
- Você está vendo aquela vendedora ruiva?
- Ela adora assistir esse comercial. Deve ser uma grande fã de Friends... – disse a garota sem graça que lhe fazia companhia.
Mas ela não sorriu.
                                                                                  
fim

Adorável Joe - parte 2


- Vai acampar com a gente esse ano?
-Nem pensar, Carl...
- Cara, você é mesmo patético!
Todos os anos, os garotos se reuniam para acampar, beber e dançar nus em volta de uma fogueira, na floresta. Dessa vez não seria diferente. E Joe não agüentaria ver Carl sem roupa mais uma vez.- O que vai ficar fazendo aqui?
- Muitas coisas...
Nada.- Tipo...?
- Assistir Friends...
Para Carl, qualquer programa que fosse ao ar sem alguém nu, era definitivamente um programa feminino.
Joe não era exatamente o tipo de cara sensível. Odiava o amor e seus envolvimentos. Para ele existiam apenas duas coisas no mundo: seriados de televisão e sexo.
- Hora de ir! Tchau Carl...
Eram seis e vinte e oito da tarde. Em dois minutos, as televisões da loja de eletrônicos transmitiriam o comercial de Friends. Todos os dias Joe parava em frente à vitrine para assisti-lo.- Adoro Friends...
O comentário vinha de uma voz feminina. Joe não desgrudou os olhos de um dos televisores até o comercial terminar.- Eu sempre assisto esse comercial.
Só então olhou para a garota.
Olhos castanhos, cabelos anos 60, magra, baixa. Nada que encantasse Joe.
- Está vendo aquela vendedora ruiva? –disse Joe, com ar de deboche.
- Sim, estou.
- Ela também gosta de Friends.
- Como você sabe disso?
- Sempre a vejo perto dos grandes televisores. Ela é esperta.
E foi ali mesmo que tudo começou. A garota riu da gracinha de Joe. E Joe não pudera deixar de notar como ela era linda quando sorria.
Ele simplesmente não podia parar de olhar para aquele sorriso.
- O que foi? – perguntou a garota.
Ela era linda. Extremamente linda.
Joe percebeu que estava encantado deveras para uma noite com a garota. Precisava ir embora.
-
 Até mais. – disse ele.
A garota entrara no barzinho. E Joe fora para casa.
Já estava encrencado. Era tarde demais para resistir. Ele sabia que não esqueceria daquele sorriso. Ele queria vê-la de novo.
- O amor não existe, Joe. Pare com isso. – dizia ele, andando em círculos pela sala.
Pela primeira vez na vida, o garoto distante que dormira com metade das mulheres da cidade, que assistia Friends pela vitrine de uma loja e ia até um barzinho apenas para ver um homem, estava com medo de uma mulher. - Ai Jesus! – gritou Joe, levantando apavorado da cama.
Aquele maldito sorriso agora não estava apenas em sua mente. Estava em seus sonhos.
Talvez devesse tomar um leite e relaxar.
- Ai Jesus! – gritou Joe, olhando para a caixa de leite.
Na lateral da embalagem havia uma menina com um balde de leite. Ela sorria. Sorria como aquela garota.
Estava mesmo muito abalado. Uma música ajudaria a esquecer daquela loucura.
I can't smile without you (não posso sorrir sem você) – dizia o vocalista da música.
-Ai Jesus! –gritou mais uma vez Joe, desligando o rádio desesperado.
Estava enlouquecendo. Não conseguia mais dormir, comer ou ouvir música. Não conseguia fazer mais nada sem lembrar daquela garota.
Até mesmo o gato sorridente que escorava a porta do quarto fazia-o pensar nela.
- Pare de sorrir tanto. Você não está feliz! Pare de sorrir! – disse Joe, apontando o indicador para o gato, em tom ameaçador.
Aquele sorriso ecoava dentro da mente.- Não vai parar? Então tudo bem, vamos tomar medidas drásticas! – disse, desencostando-se da parede e virando o peso da porta para o outro lado.
-Pronto! Vai sorrir agora? – disse em tom de deboche, para as costas do pequeno gato azul.
Uma noite com a garota não o mataria. Só assim ele tinha chances de esquecer daquele maldito sorriso.

Adorável Joe - parte 1


- O amor é um sentimento utópico. Quando uma mulher conhece um homem, ela espera que ele pense nela antes de dormir e ao acordar, ligue só para lhe dar bom dia.
Quando um homem conhece uma mulher, ele espera que tudo aquilo que está vendo não seja um truque feminino para disfarçar as gorduras.
Quando eu conheço uma mulher, eu espero simplesmente que ela vá embora ao amanhecer. E não retorne minhas ligações.
É como no Natal: fica menos doloroso quando você não espera pelo Papai Noel.
-Cara, você é patético!
Era isso que Carl pensava sobre Joe. Era isso que Joe pensava sobre Joe. Mas, por alguma razão, não era isso que as garotas pensavam sobre Joe.
- Sabe cara, você devia tentar fazer alguma coisa além de beber cerveja...
- Tipo roubar a sua namorada, Joe?
Já faziam dois meses que Carl terminara o namoro com Alice. Ele ainda a amava. Mas ela amava Joe. E Joe amava um seriado qualquer, transmitido sábado à noite.
- Você sabe que não foi por mal!
Foi sim. Ele havia perdido na queda de braço. Carl aproveitara a situação e as cervejas a mais que tinha tomado, para rir de Joe. Joe aproveitara a inconsciência de Carl para se divertir com Alice.
- Tudo bem. Eu odiava aquela garota! Vou ser como você, cara!
Nenhum amor. Nenhum namoro. Esse era o resumo da vida de Joe.

21 de jan. de 2011

vizinho,

Era uma noite fria como todas as outras.
Bem, não como todas. Naquela, em especial, Joe tinha companhia.
Esse fato ocorria com pouca frequência. Não por falta de oportunidade.
Na verdade, talvez tenha sido falta de amor.
pensamentos de um vizinho entediado

A garota do bar,

Uma bolsa prateada pousa em sua mesa. Em seguida, a garota já embriagada dá sinal de vida.
Um decote em v, vestido curto, lindas pernas, cabelo liso e muito loiro. Ela sorri e se desequilibra. Ele a segura.
"Está bem?", pergunta, tentando ser gentil.
"ÓTIIIIMA!", ela grita com a voz arrastada.
Senta e bebe seu whisky. Dança e canta a música bem alto.
Então sobe na mesa e dá um show.
Ele assiste apavorado. O celular toca. É sua esposa. 
Não atende.
Está tarde, precisa ir para casa.Mas não vai, a noite será longa para a garota do cabelo louro.

OH, love!

Ela virou-se no seu colchão velho. Sentiu aquele cheiro azedo. Abriu os olhos e levantou-se. Foi direto para o banheiro. Muitos cremes, muita hidratação.
Um ronco insuportável vem do quarto. Ele é tão jeitoso como um velho porco.
Ela se veste, põe o seu melhor vestido, o salto mais alto e os brincos amarelos.
"Vou buscar pão, querido", diz sussurrando entre os assovios e bufadas do marido.
Lá está ele. Vinte anos mais jovem. Lindo e limpo. Ele não deve roncar, não tem barriga de cerveja e não cheira a cebola. Ele é simpático e escova os dentes.
Não consegue parar de sorrir. Simplesmente é inevitável.
Entra em um dos corredores e ajeita o decote. Mexe no cabelo e arruma a postura. Então sai deslumbrante em direção ao caixa.
E sorri.
"Obrigada por comprar aqui, senhorita", diz o menino simpático.
Então ela paga e vai embora, sentindo-se trinta anos mais jovem.
Vai lavar a louça suja que está na pia.
O grande porco acorda e vai se alimentar.
"Por que toda essa felicidade?", ele pergunta.
Ela olha para o ogro sentado em sua mesa, com as mãos e a boca lambusadas de manteiga, a barba preta molhada pelo café e as unhas por fazer.
E antes que possa sentir nojo do que vê, imagina o garotão da padaria. E sorri. Simplesmente sorri.

20 de jan. de 2011

eles,


 Sapatos transados, olhos pintados, calças rasgadas, brincos gigantes. Cabelos vermelhos anos 60, sorriso estampado, brilho de cereja nos lábios.
Ela sai de casa para abalar nas velhas boates da cidade. Ela está pronta para uma longa noite.
 Cigarro entre os dedos, camiseta branca já manchada, meias escuras sobre a mesa de centro. Olheiras gigantes e ar de desdém.
Ele espera em casa a sua donzela. Ele está pronto para uma longa discussão.
Enquanto não vem, aproveita para tomar cerveja e ouvir o disco dos Beatles. A noite será longa.

amanhã,

Amanhã vou arrumar o quarto, limpar a casa, tirar as coisas velhas da garagem.
Amanhã vou lavar as roupas e passá-las. Vou aprontar as malas, fechar as portas e partir.
Amanhã vou recomeçar a vida, vou mudar a minha história.
Mas hoje, bem, hoje vou apenas sentar e assistir meu programa favorito na televisão.
pensamentos que colei na geladeira.

embora,

Colocou sua mão sobre a dela e sorriu. Simplesmente sorriu.
Não disseram nada. O coração batia rapidamente, as pernas pareciam ter perdido o controle e a garganta secava.
Olhavam para o lago e pensavam na vida. Pensavam no outro e na vida.
Eram opostos. Mas naquele momento, pareciam uma única pessoa.
Então, em um certo momento, ela retirou sua mão do banco.
Ele enrubesceu.
Ela sorriu e disse:
"Ei cara, eu gosto mesmo de você"
Ele olhou em seus olhos, e para o chão. Então voltou a olhar em seus olhos e levantou-se.
Deu-lhe um beijo na testa e seguiu caminhando entre o caminho de pedra.
Ela ficou ali sentada. Pensando nele.
Ele foi embora, pensando nela.
Eram extremamente diferentes em tudo, mas desde aquele dia, não fizeram nada senão pensar um no outro.

a coisa mais adorável em você,

Ele baixou os olhos. Estava vermelho. Suas mãos tentavam, desesperadamente, segurar o copo de café firmemente.
Então sentou-se ao meu lado e disse muitas coisas. Muitas coisas que nós dois sabíamos.
Eu não queria pensar em nada. Só ficar ali, para sempre. Sentada naqueles degraus, sentindo seu perfume e ouvindo sua voz.
Não queria dar respostas, tomar decisões, pensar em algo. Não ali.
O mundo era perfeito com você. E era isso que gostaria de lhe dizer.
Mas as outras pessoas estavam nos cercando. E cada vez mais, tentavam fechar as portas entre nós dois. Tentavam, de todas as formas, nos afastar.
Elas gritavam alto e o barulho de sua voz foi sumindo devagar.
Eu tentei dizer tudo que gostaria que soubesse, mas nada parecia sair de mim. Nada parecia funcionar.
Então, sem nenhuma saída, eu disse a mim mesma que tudo era um grande erro. E segui em frente, por outro caminho.
Uma estrada sem volta. Um mundo sem você.
Mas querido, a vida não acabou para nós. Vamos vencer todas as dificuldades, juntos ou não.
Porque é isso que fazem os grandes homens, como você.
Palavras de uma garota que disseram um dia existir.

17 de jan. de 2011

,

chore por quem sorriria com você,
e não por você.
o sacríficio de alguém em prol da felicidade alheia,
não se resulta na intenção de quem a faz,
mas sim nas consequências do que foi feito.

reação em cadeia,

Cada pensamento seu leva-o à um ato.
Cada ato leva à uma consequência, que leva a um caminho diferente.
Cada segundo de sua vida determina o próximo,
e no fim de tudo isso,
você fez sua vida,
bordou seu destino.

memorável,



Todos os dias quando acordamos, estamos expostos à possibilidade da dor e da magoa. Na maior parte do tempo, esse acontecimento não se torna presente. Mas, em alguns momentos específicos, tornamo-nos vulneráveis a esse sentimento.
Um dia ruim não é de todo desastroso, de fato. Infelizmente nosso cérebro capta as lembranças mais marcantes do dia e da vida em si, para termos em memória.
E em maior parte, lembramos de momentos de extrema felicidade ou dor.
O que foi bom passa a ser ótimo em nossas recordações. O que era doloroso, muitas vezes, passa a ser bobo. Mas há algumas que passam a ser martírio.
Doem e incomodam. São as inacabadas e persistentes lembranças que possuem continuidade no nosso presente, seja como amor, convivência, remorso ou desejo.
São esses acontecimentos que mudam nossa vida, de fato. 
Um certo dia ao acordar dez minutos mais tarde, você pode estar levando sua vida à cruzar com outra que sai de casa dez minutos depois que você. Essa pessoa pode se tornar alguém na sua vida. Um alguém que não seria nada, se você não tivesse causado um transtorno na rotina. Um alguém que você não conheceria, e consequentemente, não faria parte das suas lembranças.

somos rídiculos,

agimos como crianças, discursamos como filósofos, pensamos com insegurança e confiamos no medo.
somos rídiculos ao ponto de negar verbalmente todas as evidências.
poderíamos crescer,
não é mesmo?

obs.: não há dedicatória.

eita,

é engraçado como coisas tão pequenas,
tornam-se gigantescas se associadas ao coração.

13 de jan. de 2011

Diferenças entre homens e mulheres,

                                                                  Sobre a escola...

Sobre os ideais...

                                                        sobre o casamento...


Sobre a comunicação...

Sobre a ecologia..

Sobre dinheiro extra...

Sobre bebidas...

Sobre o shopping...




em sonhar,


Quanto mais elevamos nossas expectativas,
mais propensos estamos à queda.
Depois de alguns arranhões, aprendemos a cair
de pé.

eu ainda sei,

que não podemos controlar os sentimentos,
como conseguimos prender as palavras
que não deveriam escapar.

4 de jan. de 2011

(500) days of Summer

"Tom percebeu que essas histórias não eram contadas sempre. Era preciso merecê-las. Ele sentia a parede caindo. Se perguntava se alguém já havia chegado até aqui. Por isso, as próximas cinco palavras mudaram tudo.



- Nunca contei isso para ninguém."

(500) days of Summer

você vai,

vai continuar me amando,
mesmo quando meu sorriso se fechar
e o brilho dos meus olhos
se transformar em lágrimas?

FUCK YOU


esse vai pra todos que falaram de alguém pelas costas.
pra todos que mentiram e manipularam sentimentos alheios
para suas traições, seus deboches,
suas covardias.
para todos que tiveram tudo e não aproveitaram
para os que não tiveram nada e não correram atrás.
esse post vai especialmente pra você,
que acha que estou me referindo a alguém
em específico.

I don't love you

Não há escolhas na vida. Há a dor e a mentira.
Dois caminhos distintos, duas faces da mesma moeda.
Você mente para sobreviver,
ou porque acha
que isso vai te manter vivo.
Tenho a nítida impressão que estou me suicidando,
a todo momento.

eu gostaria.

devíamos parar de fingir tudo isso.
Não faz o menor sentido,
pra ninguém.

3 de jan. de 2011

surpresas?

pode ser,
que você se surpreenda comigo,
qualquer dias desses.

Só precisa olhar atentamente
para cada palavra
que externo.

em ser eu,

Tem coisas suas,
que só você é capaz de entender,

ou não.

quer um conselho?


Não pense em sorrir. Simplesmente o faça, quando sentir vontade.

Principalmente, quando for secreto.

segredos.


algumas coisas, são realmente complicadas,
para serem ditas.
é disso que são feitos os segredos.

até hoje, eu mesma

Não tente me entender.
Vive comigo mesma desde sempre,
e até hoje,
não consegui nenhum resultado
.

bons tempos,

Quando o coração apertar. Se de repente você se sentir sozinho ou sua vida simplesmente perder a graça, não esqueça que, de fato, eu fiz parte dos bons tempos.

end.

Não havia ninguém. As portas estavam trancadas, e o manto branco da última nevasca ainda dormia sobre a grama verde de Alice.



Lá estava ele. Perdido entre a imensidão branca de seu jardim. O pequeno sol de jardim, que dera a ela no nosso primeiro dia juntos.


Ainda estava lá. Tudo. Toda a minha felicidade. Meus sorrisos, minhas dores. Eu ainda estava lá.


O mais engraçado do amor não é a forma como ele começa. Nem a bizarrice com que se mantém. Mas a frieza com que termina. A tristeza com que se desgasta. Deixando os sorrisos para mais tarde, a felicidade para um “daqui a pouco” ou um “talvez iremos amanhã”.


O verão já havia acabado há muito tempo. Mas, de alguma forma, eu vivia nele por todo aquele tempo.


Toquei a porta com a palma da minha mão. De fato, e mais uma vez, eu estava sozinho. Sem Alice, sem mim.


Então me dirigi para a saída, pronto para ir embora, de novo.


Lá estava ela. Sorrindo. Mais doce do que de costume. Ela sorriu e disse “olá”.


Eu sorri e disse: “que coincidência”.


Então ela colocou sua mão sobre meu ombro, e meu coração disparou.


Eu sorri . Ela sorriu. E nós entendemos que não havia nada a ser feito.


O amor é assim mesmo. Tem suas fases. Às vezes some como o sol no inverno. Mas, ele continua lá, de alguma forma.

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