8 de dez. de 2010

partir

Segurou a minha mão firme. Engoliu o choro. Fechou os olhos e sentiu a brisa de leve.
Então pensou em mim e em si mesmo. Abriu os olhos e sorriu. Um sorriso carregado de dor, saudade e amargura.
Ergueu-se devagar, e ainda segurando minha mão, secou uma lágrima que corria por seu rosto. Baixou os olhos e disse em lamúria que aquele era o seu adeus.
Ambos sabíamos disso. E sofríamos.
Deixou a palma da mão escorregar envolvendo meus dedos. Me olhou nos olhos. E foi embora.
Se afastando lentamente. Diminuindo a cada passo meus batimentos cardíacos. Como se fosse morrendo lentamente. E então, sumiu entre as árvores floridas da rua. Via-se pouco de seus cabelos por entre o rosado das flores. Os passos arrastados vibravam em mim. E eu me sentia cada vez mais fraca. Cada vez mais morta.
Esperando por um olhar ao longe. Por uma volta inesperada. Embora eu soubesse que nada disso aconteceria.
Embora eu já soubesse que a vida não imita os filmes de romance, que assistíamos juntos, enquanto o tempo suportava nosso amor. E segurava nossas lágrimas.

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