13 de dez. de 2010

morrendo

Duas gotas escorreram pelo rosto pálido da dama. Um piscar de olhos acentuou a melancolia da situação. Abaixou-se devagar, encostada nas grandes pedras que formavam a velha igreja da cidade. Deixou o salto escorregar entre o limo do chão, e o vestido branco misturar-se com a terra vermelha.
Sentia um formigamento no peito, uma dor na alma. Dor de amor - diziam.
Fora assim que a vi triste pela primeira vez. Entre as paredes velhas e sujas de Sto Agostin.
Fora assim que eu me apaixonara por minha melhor amiga.
 Um par de doces olhos azuis me fitavam com ardor. Pude sentir o coração acelerando, a cada passo que dava em sua direção. As pernas perdiam as forças devagar. Nada parecia responder aos meus comandos.
Então ela sorriu, e me convidou para sentar.
Ficamos ali o dia todo. Parados. Olhando para as montanhas ao longe. Sonhando com a paz. Tentando apagar um amor que nascia. Um amor que morria dentro de mim, levado por cada gota d'água que tocava meu rosto.

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