16 de out. de 2009






Um suspiro corta o ar da sala. Ele me olha profundamente. Seus olhos me contam segredos nunca revelados. Suas mãos suadas e trêmulas aproximam-se do meu rosto, como uma forma de acalento.

Eu sei que ele espera uma pergunta minha. Algo que facilite o que precisa me contar. As coisas sempre funcionaram assim. Mas hoje estou muito cansada para joguinhos.

Me mantenho em silêncio.

Seu coração acelera conforme os ponteiros do relógio se arrastam. Ele atravessa a sala e vai até o quarto. Sei que isso não é um bom sinal, mas hoje estou cansada demais para perguntar-lhe o que houve. Ele volta com as malas na mão.

Tento entender o que está acontecendo entre nós. Até ontem éramos felizes e de repente tudo desmoronou bem na minha frente.

Estou cansada demais para pensar no assunto. Me viro para a televisão, em uma tentativa de o ignorar totalmente. Funcionou.
A porta bate. As malas somem junto com o homem da minha vida. Queria poder pará-lo e dizer o quanto o amei por todo esse tempo. Mas hoje estou cansada demais para isso.

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