3 de abr. de 2011

ao que me pertence,

As folhas acumulavam-se no velho jardim à esquerda de minha janela. As árvores ficavam cada vez mais nuas; mais suscetíveis a mim.
Distraía-me com tudo, enquanto tentava apagar escritos com uma borracha. As folhas de meu caderno, velhas e rabiscadas, pareciam com minha própria vida. Embora diminuíssem, a cada passada mais forte com a borracha, ainda podiam-se ver as marcas.
Uma vida breve e árdua. Dias cinzentos, e tantos outros muito azuis, bailavam na minha mente. Talvez as coisas não estivessem indo muito bem ultimamente. Mas eu ainda sabia, em algum lugar dentro de mim, que havia novas folhas em branco por vir. Esperando por palavras e rabiscos; esperando serem preenchidas por vida.
Eu sabia, sobretudo, que ao tentar apagar o que já fora escrito, continuava rabiscando novas folhas.
Só dependia de mim o que faria parte, ou não, do meu caderno. 
A história da minha vida, sou eu quem escrevo.

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